Imagem – Coelho Neto

O jornalista Paulo Barreto, o João do Rio, em Momento Literário assim descreve o dia de Coelho Neto:

“Coelho Neto acorda as 5 horas da manhã, senta-se a escrever as 6, trabalha até as 12, vai para a ducha fria, almoça e as 3 da tarde, recomeça, para só terminar quando se acendem as primeiras luzes da cidade”.

Coelho Neto em seu gabinete de trabalho no Rio de Janeiro no ano de 1914

Maria Gabriela Coelho Neto (Gaby) – Esposa de Coelho Neto

Imagens

Na foto o prefeito Marcelo Thadeu Assunção (esquerda) e o jornalista Vitor Gonçalves Neto (direta) em visita a poetisa Laura Rosa, em Caxias no ano de 1970.

Laura Rosa (São Luís, 1884) era professora e residiu em Caxias onde deu aulas na segunda década do século XX na Escola Normal. Escreveu vários textos sob o pseudônimo de ‘Violeta do Campo’. Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Maranhense de Letras, onde fundou a Cadeira nº26. Nos últimos anos de vida residiu na casa de sua amiga a professora Filomena Machado Teixeira (Tia Filó) na rua São Benedito.

Laura Rosa faleceu em Caxias no dia 14 de novembro de 1976.

Entrevista

Entrevista na live de Caio Motta no dia 11 de abril de 2017. Bate papo sobre o projeto que estou desenvolvendo para publicação em livro sobre os logradouros públicos de Caxias. Além de uma boa conversa sobre arquitetura, patrimônio histórico, cultura e o projeto de um Santuário anunciado para o Morro do Alecrim.

Entre as cinco obras apresentadas pela prefeitura ontem, uma me deixou bastante preocupado. É um santuário com uma monumental estátua de uma santa. O motivo de preocupação é o local escolhido para ser instalado, no ponto principal do Morro do Alecrim.

O Morro do Alecrim é o sitio histórico mais importante da história de Caxias. Local em que duas partes distintas da história do Brasil tem ali seu ponto de referência: A independência e a Balaiada. Uma construção dessa escala e de cunho religioso encobriria para sempre o simbolismo de luta e resistência civil militar de seu entorno. Será um passo para o histórico Morro do Alecrim perder seu sentido e ganhar contornos religiosos. As Cartas Patrimoniais (Diretrizes formalizadas por arquitetos sobre preservação) alertam sobre esse tipo de intervenção em áreas de interesse histórico. Isso irá comprometer para sempre o seu contexto histórico.

Nada ali é mais importante do que as ruínas do antigo quartel. Nada ali pode ser mais importante.

Existem vários pontos em que o Santuário católico possa ser construído. Inclusive de encosta de morros que é possível sua visualização na cidade. Mas para contar a história da Balaiada não. O Morro do Alecrim é o seu único lugar.

Ali é sim um santuário, mas de memória aos mártires da independência e lutas por melhores condições sociais. Aos heróis Duque de Caxias, General Sampaio, João Paulo Dias Carneiro, Major Fidié, Ricardo Leão Sabino, João da Costa Alecrim, entre outros. São esses que merecem um monumento no Morro, e que nunca o tiveram.

Peço que o prefeito Fabio Gentil repense essa obra e reloque o Santuário para um outro local e ali construa sim o mirante conforme fora apresentado para que a população desfrute daquele local de suma importância cultural.

Para o bem de nossa história.

Texto: Eziquio Barros Neto