Exposição ‘Caxias ontem e hoje’

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A exposição ‘Caxias ontem e hoje’ do arquiteto caxiense Eziquio Barros Neto estreará neste sábado, dia 28, na 10ª edição do sarau ‘Na pele da palavra’. O evento literário cultural tem como objetivo levar a população a leitura. Nesta edição serão homenageados os poetas Carvalho Junior e Edmilson Sanches. O evento será as 20:00 horas no Posto Leste, próximo a Praça do Panteon.

Exposição

A exposição trará sete painéis com dez fotos sobrepostas de imóveis e locais históricos da cidade, com imagens adicionais e textos destacando a importância de figuras ilustres e fatos importantes.

A intenção é em seguida criar uma exposição itinerante por Caxias, passando por faculdades, escolas e praças para que toda a o população tenha acesso a sua história.

Sobreposição – Caxias ontem e hoje – 08

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Ponte de madeira sobre o Rio Itapecuru

No início da ocupação do então arraial São José das Aldeias Altas no início do século XVIII a vida se dividia entre a área de comerciantes e fazendeiros (lado direito do Itapecuru) e a Trizidela dos índios e educação dos padres jesuítas (no lado esquerdo do rio). A travessia diária se dava por botes e canoas. Até que em 1826 veio a construção da primeira ponte de madeira ligando as duas partes da já Vila de Caxias das Aldeias Altas, porem para infelicidade dos moradores, um dia antes da inauguração em 1830 ela desabou devido a uma forte enchente.

Quando Francisco Dias Carneiro fixou residência em Caxias e com ele o idealismo em progredir junto com a cidade, fundou com vários sócios a empresa Prosperidade Caxiense. Dessa empreitada veio a segunda ponte sobre o Rio Itapecuru. O contrato para a construção fora celebrado em 23 de outubro de 1880. A ponte construída pelo engenheiro americano Hiran William Mappes Junior, sendo toda em madeira de lei com 128 metros de extensão e 04 metros de largura. O local escolhido era o largo do antigo porto que gerava a riqueza de Caxias. Foi inaugurada no dia 07 de setembro de 1884 com uma grande festa que lotou a ponte de uma extremidade a outra. Por décadas a ponte serviu ao povo caxiense até que no dia 1º de abril de 1924 desabou.

A terceira ponte teve início no dia 23 de abril de 1928 pelo engenheiro Eurico de Macedo, com contrato feito pelo empresário José Fernandes Bastos, aproveitando parte da estrutura da anterior, porem com 04,50 metros de largura. Por tê-la construído e ter o direito de explorar seu trafego a ponte ficou conhecida como “Ponte Zé Fernandes”. Era cobrada um valor por cada travessia de pedestres, transporte de animais e veículos. A ponte também servia para canalização da água potável e leva-la a população e a Fábrica Têxtil. Ela teve o mesmo destino que as anteriores: levada pelas aguas do Itapecuru.

Uma quarta ponte foi construída pelo governador João Castelo, inaugurada em 12 de setembro de 1981. Sua travessia era gratuita e a ponte iluminada em toda sua extensão. Essa última “ponte de madeira” desabou devido a uma forte chuva no dia 24 de abril de 1995. Essa queda já era esperada pela população devido a sua péssima preservação onde a anos carros foram proibidos de circular por ela.

Em 1996 a área do antigo Porto do Bispo fora aterrada dando lugar a avenida Beira Rio, ligando a rua Conselheiro Sinval até a rua Porto das Pedras. Ali construído a segunda ponte de concreto que ligaria de vez a Trizidela/Ponte ao centro de Caxias.

Sobreposição – Caxias ontem e hoje – 07

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Residência dos poetas Gonçalves Dias e Coelho Neto

Antônio Gonçalves Dias e Henrique Maximiliano Coelho Neto são dois dos principais nomes que figuram no panteon caxiense.

O sobrado na Rua do Cisco (antiga Benedito Leite e hoje Rua Fause Simão) em que residiu o poeta quando jovem, era residência e comercio de seu pai, o português João Manoel Gonçalves Dias onde o poeta iniciou sua vida no trabalho lhe auxiliando na década de 1820. Até metade do século XX após falecimento dos responsáveis, o imóvel veio se deteriorando. De nada adiantou o clamor para sua preservação nos jornais. O imóvel fora demolido e vendido. O registro fora feito por Pedro Guimarães Pinto para o livro ‘Fran Paxeco e as figuras maranhenses’ de Joaquim Vieira da Luz de 1957. A foto atual é de minha autoria de maio de 2016.

A família de Coelho Neto residia na Rua da Palma que ligava a igreja Nossa Senhora da Conceição e Nazaré (Matriz) a Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Nascia por terrível coincidência no ano que aconteceria a trágica morte de Gonçalves Dias em 1864. A foto bastante reproduzida como a casa em que nascera Coelho Neto na verdade é o imóvel reformado para abrigar a sede do Centro Artístico Operário Caxiense na década de 1930. Por ser de uma família humilde a casa era simples, possivelmente porta e janela, meia morada ou até morada inteira que eram os estilos usados na época. Na década de 1960/70 a casa fora totalmente reformulada recebendo a fachada que se mantém até hoje com os lemas do Centro Artístico. A rua ganhou no início do sec.XX o nome do poeta. A foto atual é do início de 2016.

A única referência sobre as figuras que orgulham nossa terra é uma placa na porta do Centro Artístico indicando que ali nasceu Coelho Neto. No local em que residia Gonçalves Dias, absolutamente nada. Os dois poetas são tratados por sua terra natal, assim como as demais figuras ilustres, em total revelia e abandono.