20 de Agosto – Dia do Maçom

Cruzeiro do Sul VI

No dia 20 de agosto é comemorado o dia do Maçom, ocasião em que a Ordem Maçônica brasileira presta homenagens a sua história em Sessões especiais entre seus membros e familiares, além de ser homenageada por diversas instituições e em alguns Parlamentos dos Poderes Legislativo. A data foi escolhida pelos Maçons brasileiros em referência participação histórica pela qual a Ordem teria papel importante: a Independência do Brasil. Mas o papel que a Maçonaria teve neste evento, direta ou indiretamente, ainda é bastante impreciso. Uma coisa é certa: Maçons tiveram papel fundamental no processo de Independência, como José Bonifácio e Joaquim Gonçalves Ledo. Mas e a Maçonaria?

A história bastante conhecida e propagada até hoje é a de que a Independência do Brasil fora traçado dentro das Lojas Maçônicas. Em uma Sessão histórica ocorrida no dia 20 de agosto de 1822, Gonçalves Ledo que dirigia a Sessão, teria feito um discurso inflamado em defesa da Independência e teria proposto naquele instante a imediata separação do Brasil de Portugal e a proclamação de Pedro de Alcântara como Imperador do Brasil. Tal proposta teria sido aceita pelos Maçons presentes e então a Independência proclamada dentro do Templo Maçônico no Rio de Janeiro. Uma Ata desta Sessão teria sido enviada a Pedro comunicando o ocorrido e então, diante do fato, proclamado a Independência as margens do Rio Ipiranga, em São Paulo.

A Sessão de fato aconteceu e a Ata encontra-se atualmente na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro desde 1923. Mas a história real não é bem como a descrita acima. A começar pela data de 20 de agosto de 1822, onde neste dia sequer houve Sessão Maçônica.

Conforme a Ata original, se lê o seguinte: “Ata da Sessão do 20º dia do 06º mês do ano de 5822 da V.L.”. A confusão teria acontecido na tradução feita pelo Barão do Rio Branco, onde ele teria considerado a data pelo calendário maçônico iniciando no dia 01º de Março (Rito Moderno, praticado no início da Maçonaria Brasileira), portanto dia 20 do sexto mês, seria 20 de Agosto.

Acontece que as Lojas Maçônicas em seus primórdios usavam o calendário de outro rito, o Rito Adonhiramita, onde o ano se inicia em 21 de março. Apesar de adotarem o Rito Moderno, eles continuaram registrando com as datas do Rito antigo. Portanto a data correta em que ocorreu a Sessão histórica no Rio de Janeiro seria o dia 09 de setembro de 1822, dois dias depois do 07 de setembro, data que foi oficialmente proclamado a independência do Brasil.

Outro fato que cerca este assunto é o que fora debatido nesta Sessão. Gonçalves Ledo e os Maçons teriam proclamado a Independência do Brasil naquela Sessão? Outra lenda. Na verdade, Ledo dirigindo a Sessão teria feito um discurso exaltando o Brasil, destacando a conjuntura política e apresentado uma moção em favor de sua independência. Mal sabiam eles que a independência já estava consumada. Provavelmente essa moção seria levada ao Príncipe Pedro, que era Maçom, firmando os ideais da Maçonaria em levar adiante um processo de independência.

É necessário frisar que uma viagem entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo naquela época, em clima bom e sem imprevistos, durava uma semana a cavalo. Dessa forma seria impossível que os Maçons do Rio tivessem conhecimento do ato feito por D.Pedro, e que por coincidência exigiram a independência e a criação do pais brasileiro na mesma semana.

Desde a independência dos Estados Unidos (1775) e a explosão da Revolução Francesa (1789), a Maçonaria brasileira abrigara vários pensadores adeptos dos ideais iluministas que proliferava na America Latina em busca de sua soberania que viria com a Independência. Com a criação do Grande Oriente Brasílico (ou Brasiliano) em 17 de julho de 1822, onde reuniu Lojas Maçônicas já existentes, e que tinham em seus quadros homens influentes na corte do reino, na elite e exercito, a separação do domínio português estava na ordem do dia.

Essas ideias eram debatidas livremente nos Templos Maçônicos, que encontravam entre suas paredes total liberdade, ao contrário das ruas de domínio português.

Ainda que os conflitos das datas existam o dia 20 de agosto é comemorado como o dia do Maçom no Brasil. A data foi estabelecida em 1957, por proposta de uma Loja de Itajai-SC enviada a Grande Loja de Santa Catarina, porem com a data de fundação da mesma. Posteriormente em reunião das Grandes Lojas brasileiras, a data escolhida acabou sendo o dia 20 e em seguida acatada pelas demais Potencias Maçônicas brasileiras.
O Dia Internacional do Maçom é comemorado no dia 22 de fevereiro desde 1994, data de nascimento do patriarca da independência americana George Washington.

No Maranhão, nesta data também é comemorado o Tratado de União entre as três Potencias Maçônicas regulares, sendo elas: Grande Oriente Autônomo do Maranhão (GOAM), Grande Oriente do Brasil no Maranhão (GOB/MA) e Grande Loja Maçônica do Estado do Maranhão (GLEMA). Tratado firmado em 20 de agosto de 1999 em São Luís. Em Caxias as duas Lojas Maçônicas existentes, Cruzeiro do Sul VI e Duque de Caxias II nª28, comemoram essa data com festividades entre si.

Parabéns a todos os Maçons do Brasil e também do mundo, pois a Maçonaria é uma só em todo o universo.

Eziquio Barros Neto – Mestre Maçom da A.’.R.’.B.’.L.’.S.’. Cruzeiro do Sul VI

Cartografias invisíveis: saberes e sentires de Caxias

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A Academia Caxiense de Letras lançará neste sábado dia 15 de agosto, uma biografia completa sobre a cidade de Caxias. É uma obra monumental sobre a historia da cidade, arquitetura, urbanismo, poesias, Balaiada, artes em geral, culinária, turismo e demais informações precisas sobre a Princesa do Sertão. O projeto demorou um ano para ser elaborado e concretizado, contanto com a pesquisa de diversos profissionais de cada área.

O projeto “Cartografias invisíveis: saberes e sentires de Caxias” será lançado no Assunção Eventos, na Av. Santos Dumont.

Arquitetura, Centro Histórico e Desenvolvimento Urbano

Fui convidado pela ACL a participar deste projeto com os temas sobre a arquitetura da cidade de Caxias e o seu acervo dentro do centro histórico, tombado em 1990. Conta com mais de 40 fotos desde o inicio do século XX até os dias de hoje com a degradação de parte de seu patrimônio.

No desenvolvimento urbano, traço desde os primeiros assentamentos indígenas, o início da ocupação urbana criando o núcleo central da cidade e seu estabelecimento com as vias, casas e largos. Nele cito como a cidade se desenvolveu sem planejamento, criando os problemas atuais da cidade e o que esperar de seu futuro.

Academia Caxiense de Letras

A ACL é uma instituição cultural fundada em 1997 onde possui 40 membros efetivos, se tornando imortais para a cultura da cidade.